Diferença entre a Umbanda e o Candomblé

 

Duas religiões de Matriz Africana, a Umbanda foi uma religião originada no Brasil pelos escravos africanos com a intenção de proteger a religiosidade deles dos senhores portugueses. 

História diz que eles eram castigados por seguirem o Candomblé, sua religião mãe, os senhores de escravos obrigavam eles a seguir o catolicismo e criaram todo um mito e preconceito ao entorno dessas duas religiões que são encantadoras. 

Originalmente a Macumba não era usada como trabalho para o mal, era comida e bebida que os escravos deixavam em encruzilhadas para escravos fugidos terem alimento e agua durante a fuga e para os senhores não destruirem, os africanos inventaram um boato que era feitiçaria. Foi daí que surgiu a história da macumba. 

Já no Candomblé, Macumba é um instrumento musical.

Há alguns relatos de que os artigos para os Orixás e os acessórios usados pelos negros eram escondidos dentro dos santos católicos, para que os senhores de escravos não vissem, afinal os que eram pegos eram açoitados. Esses ''castigos'' vinham desde o navio negreiro, onde os traficantes de escravos queriam por meio deles aproximar os negros do cristianismo e essa aproximação foi utilizada como desculpa pelos traficantes de negros para fazerem as atrocidades que fizeram.

Existe ainda o Alto Candomblé e o Baixo Candomblé, Umbanda de direita e Umbanda de esquerda. Sinceramente prefiro dizer Alta Umbanda E Baixa Umbanda, essa coisa de direita e esquerda remete muito a politica....

Alta Umbanda e Alto Candomblé não fazem trabalho para o mal dos outros, pelo contrario, vários dos ensinamentos dentro delas são utilizados no nosso dia-a-dia. Pode dizer que não e negar mas é fato. 


Candomblé tem uma cerimonia de iniciação, essa cerimonia foi alvo de intolerância religiosa atualmente por parte de uma avó e foi até noticia, essa cerimonia pode durar até 21 dias. 

O Candomblé é mais antiga e está mais próxima dos ritos originais africanos, por ser uma junção bem mais direta dos diversos cultos trazidos pelos negros escravizados. Estima-se que surgiu a primeira vez no Brasil na Bahia e espalhou-se pelo resto do país posteriormente. Os batuques, danças e oferendas são mais parecidos com os africanos, mas como não é uma religião de pratica única, possui ao menos 4 denominações diferentes. Que são:

  • Ketu: de tradição Yorubá, dos povos Nagô.
  • Jeje: de tradição Fon, dos povos Jeje.
  • Bantu: de tradução Bacongo, dos povos Angolanos.

Caboclo: junção de entidades africanas e dos espiritos cultuados pelos povos indígenas. 

Nos rituais são feitas oferendas, que geralmente são de comidas típicas, para agradar os Orixás, acompanhadas de danças e batuques. As batucadas e cantos que acompanham a musica variam de acordo com a origem da denominação praticada no terreiro. Por exemplo:

Os Ketus tem cantos entoados em Yorubá (língua dos povos da etnia) e já os Batus (de origem angolana) entoam em Bantu Bacongo.

Não é comum a prática de incorporação ou mediunidade. Os rituais são uma espécie de festa em oferta, com comida abundante, musica e dança que na crença atrai os orixás e espíritos ancestrais. 

As pessoas presentes nesses rituais, quando iniciados, entram em um tipo de transe e dançam de acordo com os seus orixás cabeças (orixá guia de cada pessoa, dito durante a iniciação). 

Os sacerdócios são exercidos pelo Babalorixá, caso seja homem, ou pela Yalorixá, caso seja mulher.

Ao contrario da Umbanda, o Candomblé não utiliza tabaco e álcool em seus ritos.

Na história africana, além dos orixás, há ainda a existência de um Deus soberano, Olódùmarè. 

Quanto aos orixás cultuados, a quantidade varia de acordo com o tipo do Candomblé. No geral são de 16 ou 20, cada um com sua qualidade e especificidade. 

Eles acreditam na imortalidade da alma e na reencarnação.

Umbanda foi considerada uma religião no Brasil em 1908 por meio de um jovem chamado Zélio Fernandino de Moraes. 

A palavra Umbanda é originada do dialeto Quimbunda, que significa curandeirismo ou arte da cura. É uma religião Afro-brasileira que sincretiza elementos dos cultos africanos com as religiões indígenas e católicas.

A história conta que Zélio Fernandino, começou a apresentar um comportamento estranho, no qual parecia imitar um velho dizendo palavras confusas. Os familiares do jovem, preocupados, o levaram ao médico que mandou levar ao padre. ( Na minha opinião, preconceituoso).

A família porém, o levou a um centro espirita, onde foi reconhecida a incorporação de um espirito, que se autodenominava Caboclo Das Sete Encruzilhadas. Daí em diante, o espírito começou a dar instruções sobre o que deveria ser feito, surgindo assim a pratica da Umbanda. 

Por ser a mistura de mais de uma religião, a Umbanda acredita na existência de um deus soberano chamado Olorum (equivalente a Olódùmarè), mantém relação direta com os Orixás, de uma forma diferente da crença candoblecista. 

Também acreditam na imortalidade da alma e reencarnação como o Candomblé. Mas também acreditam no Carma, titia Salem explica, tudo que se faz nessa vida influencia na próxima e tudo que se fez nas anteriores influencia nessa, além do espirito voltar para evoluir nesse plano. Além de cultuar entidades, que são espíritos mais experientes que guiam as pessoa, denominados guias.

A figura dos Orixás aparece como uma energia natural, que é acessada pelos espíritos guias/entidades e passada por meio desses a pessoa.

Um dos principais marcos herdados do catolicismo e do espiritismo é a pratica da caridade, somente quem pratica caridade incondicionalmente é capaz de evoluir o espírito.

Em seus rituais há a presença dos batuques e cânticos sagrados em português brasileiro, além das incorporações das entidades através dos médiuns, essas entidades tem o poder de curar, aconselhar, avaliar e modificar a vida das pessoas. 

Por ter uma crença muito inerente, as entidades tem uma ligação bem forte com a vida terrena, por isso, apresentem alguns vícios prediletos, como fumo de cachimbo, charuto, cigarro e até álcool para a realização do que é denominado Trabalho, que é a incorporação no terreiro durante o ritual. 

Já o sacerdócio da Umbanda é exercido no terreiro por um Pai de Santo ou Mãe de Santo, nomes diferentes do Candomblé. 

Assim como o Candomblé, a Umbanda não tem uma vertente única, após ser espalhada pelo país, várias vertentes diferentes surgiram. 

1939, ano da fundação da UEUB, União Espírita de Umbanda do Brasil, deixando mais consolidada em quesito teológico que o Candomblé. 

A UEUB organiza congressos de Umbanda no Brasil, que estimula os estudos e o fortalecimento da religião. 

São cultuados 9 Orixás: 

  • Oxalá
  • Ogum
  • Oxossi
  • Xangô
  • Iemanjá
  • Oxum
  • Iansã
  • Nanã Buruquê
  • Obaluaê/Omulú

Eles são representados pelas chamadas Sete linhas da Umbanda e não há um ritual que trabalhe direto com os Orixás e sim com entidades, que são classificados de acordo com as próprias características:

  • Exus e Pombagiras. (Há diferença entre Exus na Umbanda e no Candomblé)
  • Preto ou Preta Velhos.
  • Caboclos
  • Erês
  • Baianos, Malandros, Marinheiros e Boiadeiros.

A diferença entre os Exus é a seguinte, no Candomblé Exu é um orixá, já na Umbanda Exu é uma entidade.


Fica aqui a dica de alguns textos e reportagens sobre o assunto da escravidão para ler, afinal não é meu local de fala:

https://www.bbc.com/portuguese/geral-45004951

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/o-negro-1.htm

https://super.abril.com.br/especiais/a-era-da-escravidao/

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