Violência Médica: O Ponto do Marido.
" Deixei virginzinha"
Já leram essa frase em alguma reportagem? Ou já ouviram isso de um médico?
Já leram essa frase em alguma reportagem? Ou já ouviram isso de um médico?
Uma reportagem de 2018 falando sobre o assunto.
Ocorre após o parto, O ponto do marido é um ponto que se faz ao término da sutura de uma episiotomia, onde se 'aperta' a entrada da vagina, com o intuito de torná-la mais estreita, para aumentar a satisfação sexual do marido. Esse ponto é uma forma de machismo explicita e uma violência obstétrica, muitos profissionais ainda acreditam na episiotomia (corte no períneo) e também acreditam que o parto danifica os tecidos vaginais da mulher, o que não é verdade.
Sendo assim, o ponto do marido é uma "tentativa" de não só reconstruir a anatomia da região que foi "lesada" no corte, mas tornar novamente esta mulher "apertada", e com isso, mais apta a dar prazer ao marido na penetração vaginal.
Envolve questões de gênero, uma vez que a vagina é da mulher e não do marido, e que o prazer sexual envolve muitas outras questões que não se restringem à anatomia genital.
É comum que os médicos realizem a episiotomia, popularmente conhecida como "pique", SEM o consentimento da gestante. Muitos profissionais também não avisam que vão dar esse ponto extra já que, para eles, isso faz parte do procedimento normal da sutura da região.
O ponto traz consequências que mudam para sempre a vida da mulher. Muitas mulheres relatam dor nas relações sexuais, decorrente da lesão de nervos na região, perda da elasticidade normal da vagina em decorrência da fibrose(acumulo de tecido cicatricial) que se forma, assim como pelo estreitamento excessivo da entrada da vagina.
Para quem não entendeu, o ponto do marido ou ponto do papai é um procedimento cirúrgico que requer uma ou mais suturas do que o necessário para reparar o períneo de uma mulher depois de ter sido cortado, na maioria das vezes SEM AUTORIZAÇÃO durante o parto.
Pesquisas mostram que 53,5% das mulheres que têm seus bebês via vaginal são submetidas à episiotomia. Negada por profissionais humanizados, ela ainda é feita como procedimento de rotina dentro do sistema obstétrico padrão. Sabe-se que esse número é bem maior, muitas vezes esse tipo de violência não é relatada ou é tratada como algo normal durante um parto natural.
Corte no períneo é ultrapassado, segundo O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde orientam que a episiotomia não deve ser prática de rotina.
Em 2018 a OMS reconheceu que “não há nenhuma evidência que prove a necessidade da episiotomia em qualquer situação”.
Ressaltou ainda, que a taxa do corte ainda é alta em países como o Brasil pela falta de acesso às novas pesquisas científicas sobre o assunto e pela relutância dos profissionais em abandonar o velho hábito, há médicos que classificam a prática como uma “verdadeira mutilação genital feminina”.
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